sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

SCUT: movimento contra portagens na A28 repudia princípio da equidade

O movimento "A28 sem portagens" repudiou hoje a invocação, por parte do ministro das Obras Públicas, António Mendonça, do princípio da equidade para justificar a introdução de portagens nas SCUT, auto-estradas sem custos para o utilizador.
No entanto, o movimento anunciou que não participará num protesto, anunciado por um movimento congénere para sexta-feira em Viana do Castelo, a propósito da visita de António Mendonça à cidade.
O ministro das Obras Públicas defendeu, em Aveiro, que a introdução de portagens nas SCUT "significa não apenas a introdução da equidade mas também obedece a princípios de racionalidade económica".
"Repudiamos veementemente [as declarações do ministro]. Se pretende falar em equidade, por que é que o senhor ministro não explica aos cidadãos, que se sentem injustiçados, qual o motivo pelo qual a auto-estrada A22 (Via do Infante), que faz a ligação de Lagos a Vila Real de Santo António, não se encontra na mesma situação da A28?", questiona, em comunicado, o movimento.
O "A28 sem portagens" tem em curso uma petição na Internet, que já reuniu mais de 13.700 assinaturas, pedindo ao Governo que mantenha aquela auto-estrada em regime de SCUT, considerando que é uma via "fundamental" para o desenvolvimento do Litoral Norte e que não há "qualquer alternativa".
Na sexta-feira, o ministro das Obras Públicas fará uma visita de trabalho a Viana do Castelo e deverá ser confrontado com uma "concentração maciça" da população local, para lhe dar conta da sua "irredutível oposição" à introdução de portagens naquela SCUT, num protesto promovido por um outro movimento cívico, denominado "Naturalmente, não às portagens na A28".
Um protesto anunciado como "ordeiro", mas no qual o movimento "A28 sem portagens" anunciou hoje que não participará, alegadamente temer que degenere em confrontos com as autoridades.
"Em muitos casos, os protestos poderão degenerar em confrontos com as autoridades, situações essas que são contra os princípios deste movimento", justifica, no mesmo comunicado.
O movimento garante que, nos próximos tempos, divulgará as formas de protesto que levará a cabo, "com o objectivo de defender os interesses da região Norte contra este ataque do Governo".
Na terça-feira, em reunião com os autarcas do Litoral Norte, António Mendonça disse que as portagens na A28 continuam em agenda e serão introduzidas pelo Governo, mas existirão "isenções" para o "trânsito local" e será também contemplada a situação do "utilizador frequente [da estrada], pessoas que vão para o seu emprego, as suas casas".
O movimento "A28 sem portagens" considera que esta solução "em nada satisfaz" o interesse da região e classifica a proposta de isenção como "um presente envenenado".

Jornal "i"
08/01/2010

4 comentários:

  1. Na segunda-feira a seguir ao Natal, houve na A28 um grande acidente, que interrompeu a circulação.
    A Antena 1, por informação da polícia, não se cansou de aconselhar o desvio do transito para o Porto pela A7 (V.Conde/Famalicão) e depois pela A2 (Famalicão/Porto).
    Eis a alternativa à A28...

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  2. muito bem dito...nem quero imaginar como estaria a nacional...lol... era nesse dia que o 1 ministro deveria olhar a tal alternativa...

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  3. Eu também sou absolutamente contra estas portagens. As discriminações positivas são apenas um meio de fazer passar as portagens, depois de aprovadas não dou muito tempo para deixarem de haver esses descontos e afins. Vivo em Viana e trabalho no Porto (22 dias a 8,10€ dá a modica quantia de 178 € juntando mais ou menos 180 euros de combustivel dá 358 € para ir trabalhar). Com estes valores fica mais barato ficar em casa a viver do rendimento minimo por exemplo. Alternativas de transportes? Não existem em alguns dos horários que faço, são caros e demorados(2 horas em cada sentido mais 8 horas de trabalho e uma hora de intervalo dará 13 horas),e a vida privada onde fica? Mudar para o Porto diriam os politicos. Pois, aí seria a minha mulher com o problema inverso, viver no Porto e trabalhar em Viana. Para os politicos é tudo muito bonito, não pagam os carros, portagens, combustiveis.
    Os automobilistas já sustentam este país com demasiados impostos (essa treta do utilizador pagador não cola), para onde vai o dinheiro do IA, IVA, Selo automovel, Imposto sobre combustiveis? O automovél sempre foi em Portugal a galinha dos ovos de ouro, mas já chega.. Que reduzam na despesa publica, salários chorudos, empregos para amigos, carros de luxo trocados com regularidade, pensões vitalicias chorudas, excesso de pessoas nos varios sectores do estado sem fazerem nada (a produtividade que se exige dos privados), os prémios dos gestores publicos e por aí além..

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  4. Para mim começa a parecer que sem maioria não será facil avançarem com as portagens. Assim sendo e como tanto PS como PSD terão intenções de avançar com elas, da minha parte não terão ajuda a terem maioria. Têm de aprender que o povo é que os eleje. Deste modo o meu voto será sempre para BE ou PCP que ainda são os unicos que se dão ao trabalho de percorrer as ditas alternativas do governo ás SCTUS. Podem vocês argumentar que estes partidos são demasiado radicais e até posso concordar, mas neste momento é imperial que nem PSD/CDS nem PS possam ter maioria pois se assim fosse as portagens já lá estavam. Que governem com minoria, assim são obrigados a trabalhar com os outros partidos. E que reduzam na despesa publica que é o mal de Portugal á demasiado tempo.

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