Condutores tornam perigosa a A28
Automobilistas criticam excesso de velocidade e reclamam terceira faixa
"A estrada não é perigosa, as pessoas é que a tornam". O comentário de Cândido Lopes, que quase todos os dias viaja na A28 entre o Porto e a Póvoa, é semelhante ao de muitos automobilistas que circulam nesta auto-estrada.
Mas, se todos concordam que o excesso de velocidade é o grande culpado dos acidentes, há quem aponte locais onde o risco deveria ser minimizado e exija uma terceira faixa de rodagem ao longo desta estrada.
Cândido Lopes, de 60 anos, circula, há pelo menos 15, entre a Invicta e a cidade poveira. Conta que, "felizmente", nunca teve um acidente. Mas já assistiu a muitos na A28. "Não posso dizer que os vejo todos os dias, mas uma vez por semana", relatou ao JN. E onde costuma ver mais acidentes "é próximo da saída de Modivas", no sentido Porto-Viana. "Tem lá morrido muita gente" e, em particular, "muitos motociclistas", testemunhou, ainda.
O problema, diz, está na velocidade. "Vou a 120 e passam por mim a voar", queixa-se Cândido Lopes, que só considera "um pouco perigosa" a entrada de Mindelo rumo ao Porto. "As pessoas excedem-se um bocado", confirmou Rosa Maria, de 43 anos,. "Tem um bom piso", comentou, entretanto, Jorge Oliveira, de 22 anos, incrédulo perante o facto de a A28 ser a via mais perigosa no distrito do Porto, segundo os números da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária sobre os acidentes.
Joaquim da Silva Leite, de 73 anos, faz o caminho até Ponte de Lima, onde mora. "É uma estrada de muito trânsito", constata, sobretudo em Matosinhos. E explica que "há uma zona perigosa", já "ao pé do rio Cávado". "O piso não é grande coisa", justifica, criticando ainda as sucessivas obras na estrada. A mulher, Maria Isabel, acrescenta o forte nevoeiro. Porém, "muito mais perigoso é o IP5 ou o IP4", ressalva Joaquim.
Camionista há apenas dois anos, Paulo Freitas faz mais o percurso entre Porto e Lisboa. A A28 não lhe parece "tão perigosa" mas já assistiu a alguns acidentes, mais perto dos centros comerciais de Matosinhos. E a estrada? "Muito boa, há bem piores". Abílio Lourenço, que já é camionista há 15 anos, concorda que há vias piores. Na A28, "a zona da Póvoa é o troço mais perigoso". Entre esta e Esposende, diz ser preciso "ter mais atenção" devido às "valetas irregulares". Ali, a estrada parece-lhe "mais estreita", por isso não pode haver "distracção".
Para Nuno Melo, auxiliar de gestor de turno na estação de serviço Modivas-Sul, quem faz a A28 perigosa "é o próprio utente". E o facto de haver "muitas entradas e saídas" e curvas que não deixam, de imediato, ver que existem filas de trânsito deveria, na sua opinião, levar a que os condutores andassem mais devagar para terem tempo de parar se necessário. "A maior parte das vezes, os acidentes são por excesso de velocidade", considera.
Dado que as entradas e saídas, e as ultrapassagens feitas por camiões obrigam os outros a reduzir a marcha, reclama ali "uma terceira via como na A41", certo de que iria "diminuir os acidentes".
CARLA SOARES
"JORNAL DE NOTICIAS"
domingo, 29 de novembro de 2009
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3ª faixa já devia existir à anos nas subidas do monte de sao lourenço e sampaio de antas... Ainda por cima com os camioes a fazerem competiçoes a ver quem anda a mais de 40km/h!
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